
Fico pensando: por que, entre tantas lembranças que temos, via de regra escolhemos as piores para reviver: as perdas, as dores, os sofrimentos, as desilusões? Por que não escolher lembrar o que nos fez flutuar, o que nos fez felizes, o que nos deu prazer?
O desejo de aprisionar esses momentos, associado ao fato de que tudo tem seu ciclo - que implica começo, meio e fim - faz com que se evite pensar neles, por medo talvez de sentir saudade. Quanto medo de ter saudade! A saudade pode muito bem ser uma coisa boa, que nos reconforta e nos lança adiante em busca de outros bons momentos, de outras conquistas.
Ou então, é essa tentência equivocada de ver o pote sempre meio vazio, quando podemos muito bem vê-lo meio cheio.
A história de Rick e Isla foi incrível, mas teve um fim. Teria sido melhor não ter acontecido, já que acabou? Penso que não. Penso que nunca deve ser assim. Penso que devemos agradecer as coisas fantásticas que vivemos, mesmo que elas tenham acabado. Penso que precisamos ter desprendimento e sabedoria, para deixar que elas possam cumprir seu ciclo. Penso, sobretudo, que devemos estar abertos e prontos para vivermos outras histórias incríveis. E o melhor de tudo é que nós sempre teremos a nossa "Paris".
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