sábado, 28 de maio de 2011

Adorável Cullum

Sou uma apaixonada por música. Não sei viver sem ela. E meu ecletismo beira o impensável – gosto do melhor de tudo: Rock, Pop, Soul, Jazz, Blues, Hip Hop, Forró (amo dançar, ai, ai), Coco, Xaxado, Baião, Maracatu, Samba de Raiz,música erudita, uma deliciosa MPB, com toda a sua bossa, e depois de umas duas taças de vinho (suave – muuuito doce – que me perdoem os enólogos), encaro um Funk e um Brega (aliás, parabéns a dois queridos grupos pernambucanos especializados em Brega: Faringes de Paixão e No Falo Americano – que trabalho de qualidade! Uma releitura interessante e divertida dos clássicos do Brega). Sou, pois, partidária do pensamento de Nietzstche, que disse: “sem música, a vida seria um erro”. Bem, a minha tem uma trilha sonora, e acho que a de todo mundo também. Quantas vezes a gente não se pega revisitando alguma paisagem do passado ao ouvir determinada música? E cada momento que se vive, tem ou não tem uma música certinha pra ele, que cai como uma luva? A gente até diz às vezes: “rapaz, essa música foi feita pra mim!”. Ou pra nós – rsrsrs – os casais apaixonados que o digam.

Assim, sou uma incansável quando o tema é música, saio por aí buscando tudo, ouvindo o que posso e, apesar de total amadora no assunto, me atrevo até a dar pitaco às vezes. Ouço a música tentando sorver tudo: não apenas a melodia ou a letra (quando tem), mas cada elemento que a compõe. Penso na harmonia, tento ouvir o som de cada instrumento, busco discriminá-lo dentro do conjunto melodioso dos sons que constituem a música, percebo o arranjo e tento pensar em outras possibilidades, penso em releituras, em como a música poderia funcionar em outros ritmos diferentes do original. Enfim, procuro absorver tudo que posso, me embriagar. Ou então não – fico apenas me deleitando, entregue a ela, ou até alheia a ela, numa viagem pela minha linha do tempo, conduzida pelos acordes.


Há algum tempo, descobri, encantada, um músico extremamente talentoso, que tem um trabalho riquíssimo. Um menino lindo, brilhante, carismático. Apaixonei-me na hora, claro – amor à primeira música. Falo de Jamie Cullum. Esse fantástico cantor, compositor, pianista, guitarrista e baterista inglês, de Essex, tem já seus 31 anos, mas não deixa de ser um menino – vivaz, leve, cheio de energia – preenche o palco e nos deixa de olhos e ouvidos vidrados. Cullum é cantor e pianista de jazz e tem sido considerado uma referência na recriação desse gênero, uma vez que faz belíssimas recriações de músicas antigas, numa nova linguagem, com um tempero delicioso do pop, do soul e de outros gêneros que dão uma roupagem inusitada à sua música, como ele mesmo diz: “o futuro do jazz é misturá-lo com outros gêneros”. Famoso também por seus covers extraordinários e shows sempre muito diferentes um do outro, Cullum muitas vezes decide na hora o que vai tocar – o que demonstra não apenas sua versatilidade, mas também seu dinamismo.

Com uma discografia impecável, Jamie Cullum nos brinda com trabalhos maravilhosos. Começou a estudar piano e guitarra aos 8 anos, tendo como inpiração nomes como nada menos que o de Miles Davis, aos 18 foi morar em Paris, onde se aperfeiçoou e ampliou seu caldo cultural. De volta à Inglaterra, estudou Literatura, Cinema e Teatro, na Reading University. Ainda estudante (aos 19 anos), lançou seu primeiro álbum “Heard It All Before” e seu disco mais recente tem como título “The Pursuit” (2009), inspirado no clássico romance de Nancy Mitford, “The Pursuit of Love”. Cullum se prepara para lançar agora em 2011 seu novo álbum, em que ele promete canções inéditas. Sem dúvida, será mais um presente que esse músico brilhante generosamente nos dará. Só nos resta aproveitá-lo, de tantas maneiras quantas sejam possíveis. Um brinde a Cullum!

Ver também:

http://www.myspace.com/jamiecullum

Para deleite:








Barrinha MaynaBaby

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