Sou uma apaixonada por música. Não sei viver sem ela. E meu ecletismo beira o impensável – gosto do melhor de tudo: Rock, Pop, Soul, Jazz, Blues, Hip Hop, Forró (amo dançar, ai, ai), Coco, Xaxado, Baião, Maracatu, Samba de Raiz,música erudita, uma deliciosa MPB, com toda a sua bossa, e depois de umas duas taças de vinho (suave – muuuito doce – que me perdoem os enólogos), encaro um Funk e um Brega (aliás, parabéns a dois queridos grupos pernambucanos especializados em Brega: Faringes de Paixão e No Falo Americano – que trabalho de qualidade! Uma releitura interessante e divertida dos clássicos do Brega). Sou, pois, partidária do pensamento de Nietzstche, que disse: “sem música, a vida seria um erro”. Bem, a minha tem uma trilha sonora, e acho que a de todo mundo também. Quantas vezes a gente não se pega revisitando alguma paisagem do passado ao ouvir determinada música? E cada momento que se vive, tem ou não tem uma música certinha pra ele, que cai como uma luva? A gente até diz às vezes: “rapaz, essa música foi feita pra mim!”. Ou pra nós – rsrsrs – os casais apaixonados que o digam.
Assim, sou uma incansável quando o tema é música, saio por aí buscando tudo, ouvindo o que posso e, apesar de total amadora no assunto, me atrevo até a dar pitaco às vezes. Ouço a música tentando sorver tudo: não apenas a melodia ou a letra (quando tem), mas cada elemento que a compõe. Penso na harmonia, tento ouvir o som de cada instrumento, busco discriminá-lo dentro do conjunto melodioso dos sons que constituem a música, percebo o arranjo e tento pensar em outras possibilidades, penso em releituras, em como a música poderia funcionar em outros ritmos diferentes do original. Enfim, procuro absorver tudo que posso, me embriagar. Ou então não – fico apenas me deleitando, entregue a ela, ou até alheia a ela, numa viagem pela minha linha do tempo, conduzida pelos acordes.
Há algum tempo, descobri, encantada, um músico extremamente talentoso, que tem um trabalho riquíssimo. Um menino lindo, brilhante, carismático. Apaixonei-me na hora, claro – amor à primeira música. Falo de Jamie Cullum. Esse fantástico cantor, compositor, pianista, guitarrista e baterista inglês, de Essex, tem já seus 31 anos, mas não deixa de ser um menino – vivaz, leve, cheio de energia – preenche o palco e nos deixa de olhos e ouvidos vidrados. Cullum é cantor e pianista de jazz e tem sido considerado uma referência na recriação desse gênero, uma vez que faz belíssimas recriações de músicas antigas, numa nova linguagem, com um tempero delicioso do pop, do soul e de outros gêneros que dão uma roupagem inusitada à sua música, como ele mesmo diz: “o futuro do jazz é misturá-lo com outros gêneros”. Famoso também por seus covers extraordinários e shows sempre muito diferentes um do outro, Cullum muitas vezes decide na hora o que vai tocar – o que demonstra não apenas sua versatilidade, mas também seu dinamismo.

Ver também:
http://www.myspace.com/jamiecullum
Para deleite:
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